O mês de novembro traz com ele o Novembro Azul, campanha de conscientização e prevenção da saúde do homem. Saiba como o câncer de próstata pode ser influenciado pelo consumo de álcool.
A associação do uso de reposição hormonal e o consumo de álcool em mulheres na pós menopausa tem sido investigada há algum tempo e uma relação com o câncer de mama tem sido observada.
Estudo mostra que mulheres que fazem consumo moderado de álcool têm menor risco de desenvolver câncer de ovário se ingerirem ácido fólico.
Entenda como o consumo nocivo de álcool pode ter uma relação com a doença.
Um estudo recente avaliou os de uma substância presente em cogumelos alucinógenos no uso pesado de álcool .
Estudo recente, publicado na renomada revista Lancet Oncology, analisa casos de câncer causados pelo álcool, apontando que mesmo quantidades pequenas podem contribuir para a ocorrência da doença.
Dr. Luiz Claudio Santos Thuler é médico com especializações em clínica médica e saúde pública. Pesquisador do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva - INCA. Orientador da dissertação de mestrado "Consumo de bebida alcoólica como fator de risco para o desenvolvimento de complicações da ferida operatória em mulheres com câncer de mama: estudo de uma coorte hospitalar.
Redução de fatores de risco, como fumar, beber e sobrepeso, diminuem a ocorrência de alguns tipos de câncer.
OMS divulgou documento apoiando a inclusão de rótulos de advertência em bebidas alcoólicas sobre o risco de câncer.
No início de fevereiro de 2025, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um documento apoiando a inclusão de advertências sobre o risco de câncer em rótulos de bebidas alcoólicas 1,2.
De acordo com o relatório, há uma preocupante falta de conscientização pública na Europa sobre essa associação. O álcool causa cerca de 800.000 mortes anualmente na Região Europeia da OMS, mas apenas uma fração da população tem conhecimento sobre os riscos. Segundo a OMS, apenas 15% das pessoas estavam cientes da relação entre álcool e câncer de mama e 39% cientes da relação com o câncer colorretal. Diante disso, a organização recomendou a implementação de advertências claras e proeminentes nos rótulos das bebidas alcoólicas, semelhantes às utilizadas em produtos de tabaco, para capacitar os consumidores a fazerem escolhas mais bem informadas sobre sua saúde.
Atualmente, apenas três dos 27 países da União Europeia (UE) adotaram advertências em rótulos de bebidas alcoólicas. A Irlanda é o único que implementou uma legislação específica, tornando obrigatória a inclusão de alertas sobre os riscos do álcool, incluindo o câncer e outras doenças. Essa medida entrará em vigor em maio de 2026, exigindo que as embalagens informem sobre os perigos do consumo de álcool, como doenças hepáticas e riscos durante a gravidez. Já outros países da UE, como França, Lituânia e Alemanha, apresentam algum tipo de aviso nos rótulos, mas não necessariamente relacionados ao câncer.
O relatório da OMS sugere que os rótulos devem conter mensagens diretas e possivelmente imagens para maximizar o impacto e a conscientização sobre os riscos associados ao consumo de álcool.
Principais conclusões e recomendações:
Álcool e Câncer
Em janeiro deste ano, o Cirurgião-Geral dos EUA, Dr. Vivek Murthy, emitiu um alerta sobre o consumo de álcool e sua relação com o câncer3. O comunicado apresentou um resumo das evidências científicas sobre a relação entre álcool e câncer, abordando também os mecanismos biológicos envolvidos. A conclusão do comunicado destacou que o consumo de álcool é uma das principais causas evitáveis de câncer nos EUA e no mundo, sendo responsável por aproximadamente 100.000 casos anuais no país e 750.000 globalmente.
A Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) já apontava evidências suficientes dessa ligação. Atualmente, a IARC reconhece o álcool como fator causador de câncer em diversas regiões do corpo, incluindo cavidade oral, orofaringe, hipofaringe, e esôfago (carcinoma de células escamosas), colon, reto, fígado, ducto biliar intrahepático, laringe e mama4.
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