
Sabe-se que a ingestão aguda de álcool agrava a oxigenação do sangue arterial (refere-se à quantidade de sangue que foi oxigenada após passagem pelo pulmão) dos indivíduos que possuem a doença Apnéia Obstrutiva do Sono ou AOS (situação em que ao dormir o indivíduo apresenta alterações que culminam na má oxigenação do sangue por determinados períodos de tempo durante o sono). Não se sabe qual o impacto do consumo usual sobre a doença.
Pesquisadores japoneses realizaram estudo com 1 517 homens entre 40 a 69 anos de idade e com AOS para avaliar a relação acima descrita. Foi utilizado um índice para mensurar o grau de dessaturação noturna (queda na saturação de oxigênio no sangue).
Os pesquisadores observaram que mesmo o consumo moderado de álcool implicou no aumento dos índices de dessaturação noturna, refletindo o agravamento da AOS. Tais dados foram consistentes mesmo após correção para idade, grau de obesidade e tabagismo, que são fatores que influenciam a gravidade da AOS.
Os autores concluíram que o consumo usual de bebidas alcoólicas, mesmo em níveis moderados e em indivíduos que não são obesos, interfere na gravidade da AOS, o que, em termos práticos, implica em necessidade de abstinência para tais indivíduos.