Há muito se suspeita da associação de consumo de álcool e o risco episódico de "gota". Com o intuito de avaliar tal relação, pesquisadores realizaram estudo em que os participantes, num total de 47.150 homens, respondiam um questionário sobre ingestão alcoólica em que foram analisados quantidade e tipos de bebidas e sua associação com episódios de gota. Tais indivíduos não tinham a doença em questão. O tempo de avaliação foi de 12 anos.
No período em questão foram evidenciados 730 casos incidentais de gota. O risco relativo (RR - este parâmetro mede o número de vezes que o fator estudado aumenta o risco de apresentação da doença em análise) para gota foi de 1,32 naqueles com ingestão alcoólica de 10,0 - 14,9 g/dia, 1,49 para 15,0 - 29,9 g/dia, 1,96 para 30,0 - 49,9 g/dia e 2,53 para 50,0 g/dia em relação aos que não bebiam.
Dentre os tipos de bebida estudados (cerveja, vinho e destilados), a cerveja foi a que mais apresentou correlação com os episódios de gota. Os destilados obtiveram a segunda maior associação. O consumo moderado de vinho não teve impacto nas crises de gota.
Os autores concluíram que ingestão alcoólica e episódios de gota possuem forte associação e que a mesma varia com o tipo de bebida consumida, sendo mais intensa quando do consumo de cerveja.